Na última terça (5), o núcleo de Serviço Social do Hospital Regional do Agreste (HRA), em Caruaru, acionou a gerência estadual de políticas para mulheres para dar assistência a uma mulher vítima de tentativa de feminicídio atendida na unidade.
Desde 2019, no Brasil, profissionais de saúde precisam comunicar, a órgãos competentes, indícios de violência contra a mulher e, ainda, registrar no prontuário médico da paciente. Além do órgão estadual de proteção à mulher, a Polícia Civil também foi mobilizada para instruir a vítima sobre as medidas judiciais cabíveis.
“A prática do serviço social perpassa pela articulação da garantia de direitos. De cada paciente que entra na unidade, é feita uma análise social. Se o indivíduo passou por violência doméstica, se a violência é nutricional, se a violência é patrimonial, tudo isso é investigado para, assim, articularmos as políticas adequadas a cada caso”, explica a coordenadora do Serviço Social do HRA, Joseane Maria Silva.
Do início de 2024 até o momento, foram atendidas 29 mulheres vítimas de agressão na unidade. Entre outubro e dezembro de 2023, o número foi de 25 mulheres. Na maioria dos casos, a agressão envolve o companheiro (ou ex) da vítima. “A vítima de agressão chega muito fragilizada, física e emocionalmente, ao hospital e é imprescindível todo o suporte que nossa equipe multidisciplinar está preparada para oferecer”, ressalta Guacyra Pires, diretora-geral do HRA.
Para Morgana Barros, coordenadora de Políticas Públicas das Mulheres do Agreste Central, é crucial o atendimento multiprofissional que alcança toda a rede de proteção à mulher em situação de violência. “Muitas vezes, quando a mulher sofre violência física, o primeiro atendimento é realizado pela saúde, que precisa ser ágil para que a parte investigativa, que cabe à Polícia Civil, não seja prejudicada, assim como os demais serviços de acolhimento e proteção à mulher. Durante esse diálogo, as equipes do HRA e da Secretaria da Mulher do Estado consolidaram o fluxo de atendimento de forma efetiva e positiva no Agreste pernambucano, garantido atendimento imediato a essas vítimas”, pontua Morgana.
As vítimas de agressão podem procurar ajuda ligando para o número 180, que é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher. Todas as ligações para o 180 são gratuitas, anônimas e podem ser feitas por telefone fixo ou celular. Além de receber denúncias de violações contra as mulheres, a central encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos.
Outro meio de denúncia é o 190, número da Polícia Militar. Se não for possível acionar a polícia no momento em que a violência ocorrer, o recomendado é procurar uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, ou delegacia comum, para registrar o boletim de ocorrência. Em Caruaru, a Delegacia da Mulher fica na Avenida Portugal, 155, bairro Universitário, e funciona todos os dias, 24 horas por dia.