O mês Verde-Claro é marcado pela conscientização e prevenção da leishmaniose, PIF, FIV e FEL. A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma zoonose grave causada pelo protozoário Leishmania spp., transmitido ao homem e a animais por meio da picada do flebotomíneo, conhecido como mosquito-palha. A médica veterinária e docente do curso de Medicina Veterinária do UniFavip Wyden, Jessica Bandeira, ressalta a importância da doença com detalhes.
“Essa doença, considerada uma das mais importantes pela OMS devido à sua natureza crônica e insidiosa, afeta principalmente cães e pode se manifestar em sintomas diversos, como dermatites, febre, anemia e hepatomegalia. Estudos recentes apontam que também afetam felinos, porém, em uma incidência menor. O ciclo de vida do parasita envolve dois hospedeiros: um invertebrado (o vetor) e um vertebrado (o hospedeiro definitivo, geralmente cães e humanos). O diagnóstico da LVC pode ser realizado por diversos métodos, incluindo testes sorológicos como ELISA e RIFI, além da PCR, que detecta o DNA do parasita. Cada método possui suas vantagens e limitações, sendo a PCR mais sensível, porém com custo elevado”, destaca.
No Brasil, a LVC é endêmica na maioria dos estados, exceto nas regiões Sul e Sudeste. A prevenção e controle da doença incluem estratégias para combater o vetor, como o uso de coleiras impregnadas com inseticida, e medidas ambientais, como eliminação de criadouros e limpeza das áreas urbanas. A educação da população sobre a doença e a implementação de medidas para evitar a transmissão, incluindo o manejo de cães infectados, são essenciais para controlar a disseminação da LVC e proteger a saúde pública.
“A Leucemia Viral Felina (FeLV) e a Imunodeficiência Felina (FIV) são doenças graves causadas por retrovírus que afetam gatos domésticos e selvagens, levando a um quadro complexo de imunossupressão e aumento da suscetibilidade a infecções secundárias. A FeLV, amplamente disseminada ao redor do mundo, é responsável por distúrbios degenerativos e mieloproliferativos e é uma das principais causas de morte entre felinos. Sua transmissão ocorre principalmente pelo contato íntimo e prolongado, através de saliva e outros fluidos corporais, podendo também se dar por via transplacentária e iatrogênica. A FeLV resulta em imunossupressão, levando a condições como anemia, leucopenia, e distúrbios mieloproliferativos, com sinais clínicos que incluem perda de peso, anorexia, estomatite e várias infecções secundárias. A FIV, por sua vez, é também uma infecção imunossupressora, favorecendo o desenvolvimento de doenças oportunistas. De uma forma geral, os sinais clínicos associados às infecções por FIV e FeLV são geralmente inespecíficos, como linfadenopatia, anorexia, perda de peso e febre”, explica a docente do UniFavip Wyden.
Bandeira também destaca a importância de diagnosticar precocemente essas doenças. “O diagnóstico das infecções por FeLV e FIV é desafiador devido à inespecificidade dos sinais clínicos e à possibilidade de infecções concomitantes, sendo os testes sorológicos essenciais para confirmação do diagnóstico. A FIV e FeLV frequentemente ocorrem simultaneamente, o que pode complicar o diagnóstico e o manejo. A importância da testagem precoce e precisa é crucial para o diagnóstico diferencial e para evitar a propagação das doenças. Ambos os vírus causam uma ampla gama de sinais clínicos e favorecem a ocorrência de condições secundárias, tornando a monitorização e o tratamento dos felinos infectados essenciais para a sua saúde e bem-estar”, finaliza.
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