Economia e Negócios – Petrobras propõe aumento nos investimentos e mercado aguarda ajuste fiscal

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Nesta terça-feira, as negociações da B3 devem refletir a proposta da diretoria da Petrobras de aumentar em 8,8% o plano de investimentos da estatal para os próximos cinco anos, alcançando US$ 111 bilhões. A decisão final sobre o plano ficará a cargo do Conselho de Administração, que avaliará a proposta na próxima quinta-feira. Ontem, as ações ordinárias da Petrobras subiram 2,64%, fechando a R$ 41,58, enquanto as ações preferenciais tiveram alta de 2,28%, encerrando a R$ 38,12.

A estatal informou ainda que sua subsidiária integral, Petrobras Global Finance B.V. (PGF), realizará o resgate antecipado de títulos no valor de aproximadamente US$ 1,2 bilhão, o que mostra a intenção de reduzir o endividamento e melhorar a estrutura financeira da companhia.

O mercado doméstico segue à espera do anúncio do pacote de redução de despesas públicas, que deve ocorrer após o término da Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro e que termina hoje. O ajuste fiscal é visto como essencial para garantir a sustentabilidade das contas públicas e melhorar a confiança dos investidores. Vale lembrar que, devido ao feriado do Dia da Consciência Negra, a B3 não funcionará amanhã, o que poderá aumentar a volatilidade dos mercados nesta terça.

Nesta manhã, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, participa de um evento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Ontem, ele comentou que ainda há espaço para uma “correção de rota” na questão fiscal brasileira, ressaltando que não se trata de um “desastre iminente”, o que trouxe algum alívio ao mercado. Enquanto isso, o Relatório Focus do BC mostrou uma elevação na projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, passando de 4,62% para 4,64%, acima do teto de 4,50% estabelecido pelo BC. Já o Ministério da Fazenda elevou sua estimativa do IPCA para 2024, de 4,25% para 4,40%.

No cenário internacional, atenção voltada para a divulgação dos dados da balança comercial do Japão e para a taxa preferencial de empréstimos do Banco Popular da China (BPC), que será anunciada ainda hoje. O governo de Xi Jinping tem adotado medidas de estímulo para enfrentar a crise no setor imobiliário e impulsionar a segunda maior economia do mundo.

Ontem, o dólar caiu 0,74%, encerrando a R$ 5,7469, enquanto o Ibovespa fechou praticamente estável, com leve baixa de 0,02%, aos 127.768 pontos. Foi um dia marcado pela alta das cotações internacionais do petróleo e pela piora das expectativas para a inflação brasileira. O mercado segue atento aos próximos movimentos do governo em relação ao ajuste fiscal e às decisões de política monetária que devem influenciar o rumo da economia nos próximos meses.

Por Thiago Lira
Economista e especialista em Análise de Dados.

Foto: Sergio Moraes/Reuters

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