Economia e Negócios: ‘Payroll’, juros e Mercosul: o que movimenta o mercado nesta sexta-feira

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Nesta sexta-feira, o mercado financeiro está focado na repercussão do “payroll”, principal indicador do nível de emprego nos Estados Unidos. Os dados de novembro terão grande influência na próxima decisão do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa de juros de referência da maior economia do mundo. A expectativa é que a criação de vagas não-agrícolas tenha chegado a 202 mil, um número significativamente superior às 12 mil registradas em outubro, quando a oferta de emprego foi impactada pela passagem do furacão Milton e pela greve dos funcionários da Boeing.

Durante esta semana, os relatórios econômicos apresentaram resultados mistos. O relatório Jolts trouxe números acima das expectativas, enquanto o ADP indicou uma abertura de vagas menor do que o previsto. Hoje, dirigentes do Fed farão discursos que podem dar pistas sobre suas percepções em relação ao mercado de trabalho e seus impactos na inflação e na política monetária. A maioria das apostas do mercado aponta para um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de referência na reunião do próximo dia 18.

No Brasil, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de novembro registrou um aumento de 1,18%, abaixo da alta de 1,54% observada em outubro, sinalizando uma desaceleração na inflação medida por este indicador. Às 9h, o Banco Central deve divulgar a captação da poupança em novembro, mais um dado importante para compor o cenário econômico doméstico.
Hoje também acontece a 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, com os presidentes dos países membros do bloco econômico fazendo uma declaração conjunta pela manhã. O evento é visto como uma oportunidade para discussões sobre integração regional e possíveis avanços comerciais.

Na Europa, o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro cresceu 0,4% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre e 0,9% na comparação anual, resultados que ficaram em linha com as expectativas do mercado. Já na Argentina, o banco central reduziu a taxa básica de juros de 35% para 32%, uma tentativa de estimular a economia do país vizinho.

Ontem, o Ibovespa encerrou com forte valorização de 1,40%, fechando aos 127.858 pontos, impulsionado pela aprovação da urgência para duas medidas do pacote de redução de despesas públicas. As ações da Eletrobras também contribuíram para o desempenho positivo, com as ações ordinárias subindo 4,02% e as preferenciais avançando 3,44%, refletindo o progresso nas negociações com o governo sobre o processo da União que contesta a privatização da companhia.

No mercado cambial, o dólar à vista caiu 0,60%, sendo cotado a R$ 6,0112, em um movimento de alívio após dias de pressão. O cenário atual permanece complexo, com o mercado dividido entre o foco nas políticas fiscais domésticas e os dados internacionais que influenciam as expectativas sobre a economia global. A divulgação do payroll e as sinalizações do Fed terão papel crucial na definição dos próximos passos do mercado.

Por Thiago Lira
Economista e especialista em Análise de Dados.
Foto: Reutres

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