O presidente Lula sancionou, nesta terça-feira (15), a lei que inscreve o nome de Eduardo Campos no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria. Também conhecido como Livro de Aço, a obra fica no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes da Capital Federal, e reúne protagonistas da liberdade e da democracia, que dedicaram sua vida ao país em algum momento da história.
A lei foi proposta pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE), com coautoria da bancada socialista na Câmara. Relator do projeto e filho do homenageado, o deputado Pedro Campos (PSB-PE) participou da solenidade de sanção da nova lei. Ele afirmou que esse é o reconhecimento do heroísmo e dedicação excepcionais de Eduardo ao Brasil.
“É muito simbólico que esse reconhecimento ocorra após 10 anos da partida precoce de Eduardo. Ele se destacou como um articulador habilidoso, capaz de construir alianças e abrir novos caminhos para a política brasileira e deixou um legado de compromisso com o progresso, a justiça social e o desenvolvimento sustentável, inspirando futuras gerações de líderes a seguirem seus passos na construção de um País melhor”, afirmou Pedro.
O parlamentar destacou ainda a preocupação do saudoso líder socialista para que o poder público fosse instrumento de melhoria da vida das pessoas, principalmente dos que mais precisavam. “Eduardo é uma inspiração, foi um visionário e suas ideias seguem atuais e nos guiando no caminho da boa política”, acrescentou Pedro.
O presidente Lula afirmou que essa é uma oportunidade de colocar Eduardo Campos na história como símbolo da política brasileira. “No momento em que sancionamos uma lei que transforma Eduardo em herói nacional, estamos dando uma contribuição para fazer com que aqueles que nasceram depois de nós possam conhecer outro tipo de político. Estamos enaltecendo as virtudes de um homem que nasceu no berço da política e morreu defendendo as pessoas menos favorecidas e as pessoas pobres deste país”, disse o presidente.
Homenagens:
Autor do iniciativa, Carreras ressaltou a importância de reconhecer o legado do ex-governador de Pernambuco, especialmente no contexto dos 10 anos de seu falecimento. “A trajetória de Eduardo como homem público o gabarita para estar nesse honrado livro, por tudo o que ele fez como Ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula e como governador de Pernambuco, colocando na agenda nacional temas essenciais para o nosso desenvolvimento, como o investimento em ciência e tecnologia e a opção pela universalização da educação pública integral”, afirmou.
No Senado, o projeto foi relatado pelo senador Flávio Arns (PSB-PR). “Esse ano completou 10 anos do falecimento dessa grande liderança nacional, jovem, reconhecido, considerado como um expoente da política nacional. O Brasil e o mundo sempre precisam de referência e ter essa referência em Eduardo Campos deve ser sempre valorizada”, ressaltou Arns.
Além de Pedro, estiveram presentes na solenidade a viúva de Eduardo, Renata Campos, acompanhada de seus filhos João Campos, prefeito de Recife, Maria Eduarda Campos e o caçula Miguel Campos. Também participaram o líder do PSB na Câmara, Gervásio Maia (PB), a deputada Tabata Amaral (SP), os deputados pernambucanos Lucas Ramos e Felipe Carreras.
“Fiz questão de vir com todos os filhos. Eu acho que é muito importante a nação brasileira reconhecer pessoas que lutaram, fizeram história e que isso sirva de referência para as gerações futuras”, ressaltou Renata.
Para o prefeito de Recife, seu pai era um exemplo de pessoa íntegra e completa. “Que bom que alguém que fez o que ele fez em vida, jamais morrerá e jamais será esquecido. A política tem a capacidade de transformar, mudar a realidade e gerar oportunidade. E, por isso, temos que ter pessoas da altura dele sendo lembradas e reverenciadas”, acrescentou João.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, e o ministro Márcio França também estiveram presentes. “Eduardo tinha o dom de servir, enxergar as pessoas e trabalhar pela comunidade. Pernambuco lançou os melhores projetos no tempo de Eduardo Campos, na saúde, na educação e na ciência e tecnologia”, afirmou Alckmin.
TRAJETÓRIA- Eduardo começou sua vida pública em 1986, durante a campanha de Miguel Arraes, seu avô, eleito governador de Pernambuco naquele ano. Em 1990, entrou oficialmente na vida política ao ingressar no Partido Socialista Brasileiro (PSB), e foi eleito deputado estadual.
Além desse cargo, o ex-presidente Nacional do PSB foi deputado federal, governador de Pernambuco, ministro de Ciência e Tecnologia e se preparava para disputar a presidência da República.
Como governador, Eduardo deixou um legado de desenvolvimento e compromisso com a gestão pública, além do investimento em educação, uma de suas maiores bandeiras. No combate à violência, criou o Pacto pela Vida, um programa que reduziu os índices de homicídios em 39% no Estado. Sua sensibilidade com as questões sociais se manifestou no Programa Mãe Coruja Pernambucana, um programa que visava reduzir a mortalidade infantil e que foi reconhecido pela ONU por sua eficiência e inovação.
À frente do Ministério de Ciência e Tecnologia, o socialista contribuiu para o avanço da pesquisa e da inovação no Brasil. Sob sua gestão, foram criados importantes marcos regulatórios e programas que até hoje impulsionam o desenvolvimento científico do país.
No dia 10 de agosto Eduardo completaria 59 anos. Nesta mesma semana, dia 13 de agosto, completaram 10 anos de sua partida. Por coincidência do destino, o líder socialista faleceu na mesma data que seu avô, Miguel Arraes, o precursor de sua vida na política, uma das figuras mais importantes da história do PSB, e que faleceu em 2005.