O impacto da prematuridade e a importância do acompanhamento neonatal

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De acordo com os dados mais recentes do Painel de Monitoramento de Nascidos Vivos do DataSUS (SVS), em 2023, o Brasil registrou 302.528 casos de recém-nascidos prematuros. Isso significa que, a cada dois minutos, um bebê nasce antes do tempo, colocando em risco sua saúde e desenvolvimento. Apesar do elevado número de nascimentos prematuros e dos riscos associados, grande parte da população ainda desconhece que, muitas vezes, é possível prevenir o parto prematuro e suas consequências para a saúde do bebê.

A prematuridade é definida como o nascimento de um bebê antes das 37 semanas de gestação, sendo classificada de acordo com a gravidade: a prematuridade moderada ocorre entre 32 e 37 semanas, enquanto a prematuridade extrema ocorre quando o nascimento acontece antes de 28 semanas. Os recém-nascidos prematuros podem enfrentar sérios desafios de saúde, como complicações respiratórias, problemas cardíacos, dificuldades de alimentação e maior vulnerabilidade a infecções. Nos casos mais graves, a prematuridade extrema exige cuidados intensivos imediatos para garantir a sobrevivência e o bem-estar da criança.

A pediatra Gabriela Oliveira, credenciada ao Cartão São Gabriel, explica as principais causas da prematuridade e a possibilidade de diagnóstico antecipado. “Entre as causas mais comuns estão a hipertensão arterial, diabetes mellitus, histórico de prematuridade ou aborto, pré-eclâmpsia, patologias uterinas (como miomatose ou colo do útero curto), gestação gemelar, infecções sistêmicas e infecções sexualmente transmissíveis, além do uso de substâncias como tabaco, álcool e drogas ilícitas. É possível diagnosticar o risco de prematuridade por dois métodos: pelo cálculo da idade gestacional, com base na data da última menstruação, ou por meio da ultrassonografia (a mais confiável é a realizada no primeiro trimestre da gestação)”, destaca a especialista.

Além dos riscos imediatos, os bebês prematuros têm maior chance de enfrentar dificuldades a longo prazo, como problemas de aprendizagem e comportamento, deficiências motoras, infecções respiratórias crônicas e doenças cardiovasculares ou diabetes, em comparação com bebês nascidos no tempo estimado. A pediatra Gabriela também ressalta a importância da internação e do acompanhamento pediátrico contínuo após o nascimento. “Prematuros tardios (acima de 34 semanas) geralmente nascem bem e podem não necessitar de intervenções invasivas, sendo monitorados no alojamento conjunto com a mãe. Já os prematuros que precisam de cuidados intensivos são internados na UTI Neonatal, onde podem requerer intubação ou suporte de oxigênio, alimentação por sonda, acesso venoso central para medicações e incubadora para manter a temperatura corporal adequada, entre outros cuidados. Esses bebês precisam de acompanhamento não apenas do pediatra ou neonatologista, mas também de uma equipe multidisciplinar, incluindo fonoaudiólogo, fisioterapeuta e enfermeiros especializados”, conclui.

 

Foto: Freepik

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